Jornalismo feito pela Periferia

quinta-feira, 9 de abril de 2009

ONG no Jardim Ângela integra a periferia e a possibilidade de inclusão social

A jornalista Roseli Loturco fala da ONG (Organização Não-Governamental) Papel Jornal e o Projeto Oficina Experimental de Jornalismo situados no Jardim Ângela, zona sul de São Paulo, em entrevista concedida aos alunos da UniSant'Anna, na última terça-feira dia 31 de março.

Há dez anos, a Entidade sem fins lucrativos vem desenvolvendo diversos processos jornalísticos com jovens de diferentes idades na periferia de São Paulo. O projeto iniciado em 1999 com a iniciativa de um grupo de jornalistas entre outros profissionais a construir um jornal que buscasse entender a periferia
a partir do ponto de vista dos próprios moradores.

Em entrevista, a jornalista que escreve sobre economia nas revistas: Época, Exame e VOCÊ S/A diz: “É legal ter consciência da realidade que se vive, valorizar a realidade e tentar transformar aquilo em algo melhor para você”. E afirma que a primeira turma foi formada por jovens que não sabiam organizar idéias, mas que eram críticos e tinham noção da realidade que vivem todos os dias. Roseli leciona para os veteranos que têm duas horas de aula por dia, três vezes por semana. O pré requisito é que os alunos tenham no mínimo 15 anos de idade, entretanto alguns alunos começam a trabalhar e não podem mais frequentar a oficina. Com isso Roseli espera que no futuro a ONG possa funcionar aos finais de semana promovendo palestras para que esses alunos possam voltar ao projeto.

A equipe com 20 integrantes, além de voluntários conta com o apoio e parcerias do Instituto Ayrton Senna, Ministério da Justiça – Programa Paz nas Escolas, Cese – Cordenadoria Ecumênica de Serviço, Petrobras, ONG Moradia e Cidadania, de funcionários da Caixa Econômica Federal, Máquina da Notícia e Unicef – Fundo das Nações Unidas para a Infância, apoio institucional. Com o objetivo de criar um veículo de comunicação capaz de retratar a realidade, como ajudar a desenvolver a auto-estima do jovem pobre, seu raciocínio critico e a capacidade de organização de idéias. Num cenário que predomina a pobreza, a exclusão e o envolvimento no tráfico os estudantes de escola pública e moradores do bairro habitam uma região “esquecida pela sociedade” onde becos e vielas são tomados pelo grafite e o movimento Hip Hop. E é neste contexto que a ONG Papel Jornal propõe “estimular o protagonismo juvenil”, dotando os jovens dos instrumentos técnicos e teóricos para suas aspirações e desejos através de oficinas de texto, reportagem, fotografia, design gráfico e cidadania.

Dos 20 jovens que iniciaram o projeto, hoje são 105 alunos que passaram pelas oficinas elaborando suas pautas com autonomia, passando pela reportagem, redação e fotografia.


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