Marcos Zibordi: “A revolução está na cabeça”

segunda-feira, 4 de maio de 2009

Repórter conquistou alunos em palestra na UniSant'Anna

(Marcos Zibordi)

O jornalista e professor universitário Marcos Antonio Zibordi, apresentou na última terça-feira (28) uma palestra destinada aos alunos de jornalismo no Centro Universitário Sant'Anna, na grande São Paulo.

Com muita irreverência o repórter da revista Caros Amigos, situada na chamada imprensa alternativa conquistou a simpatia dos alunos na apresentação da palestra. Numa espécie de “aulão” demonstrou total descontração a respeito de assuntos como o compromisso dos estudantes, a forma como o jornalismo está sendo exercido hoje e a postura que o repórter deve ter diante da profissão.


Professor de Mídia Impressa na Uniban (SP) e formado pela UNESP (Bauru-SP) participou de jornais feitos pela própria faculdade, atuou no Jornal da Cidade, ainda em Bauru e na Gazeta do Povo, no caderno de cultura, em Curitiba (PR). Além de redator na revista Atualidades Vestibular (Ed. Abril). Em sua tese de mestrado, “Cultura Marginal e Jornalismo Alternativo”, conheceu a revista Caros Amigos e logo, convidado pelo editor de texto Sergio de Souza entrou para a equipe de repórteres da revista.

Numa trajetória de 10 anos cobrindo reportagens, Zibordi deu uma verdadeira aula sobre Jornalismo Alternativo mencionando diversas revistas, como Realidade, além da história da Caros Amigos fundada em 1997 para “continuar o jornalismo onde o repórter é responsável por sua reportagem” diz ele. No meio de gírias, piadas e muitas risadas o jornalista falou da preparação até a execução de uma reportagem.


Para ele, “a reportagem necessita de certa maturidade do repórter”, não só uma “cadeia de repetição” como é no jornal diário e refere-se a sua matéria “São Paulo 454 Anos Meus Pêsames”- que durou três meses para ficar pronta - publicada em janeiro de 2008. “Evidentemente, que não leio jornal todo dia. Não tenho saco”, diz Zibordi ilustrando todas as etapas da realização de uma reportagem. Que vai desde a questão do posicionamento do veículo, passa pelo repertório, pela pesquisa – que depende muito da percepção do jornalista – até formas de encantar um entrevistado e conseqüentemente, conseguir uma boa entrevista: “Envolve um encontro, uma conversa de pessoas para pessoas”. Além de muitas dicas ele fala da questão do estilo do repórter que inclui a experiência na cobertura e pesquisa.


Cabeças Vazias e RAP



(Alunos do curso de Jornalismo da UniSant'Anna)

“Bando de vagabundos, analfabetos, descompromissados com a história do país, a alienados”. Foi assim que Marcos Zibordi se referiu aos alunos de jornalismo que se formam hoje. “Defendo isso até o último dia da minha vida”, afirma. Mesmo com essa afirmação a estudante Letícia Iambasso do 3º semestre de jornalismo se anima: “Foi entusiasmante. Quem estuda jornalismo fica sem saber como é o mercado de trabalho. Ele desmistificou muita coisa, e o que me deixou mais feliz, foi ele dizer que há espaço no jornalismo para quem tem algo a mostrar”. Para Nilson Filho, também estudante do 3º semestre de jornalismo: “Ele foi realista, mas não foi chato como os realistas costumam ser, pelo contrário. O recado foi: é complicado, mas é possível.”


No fim da aula, Zibordi cantou uma música do rapper Sabotagem, “Rap é Compromisso”, e disse: “Grande revolução é tomar as cabeças das pessoas. Revolução mental, mexer nas cabeças das pessoas”. E alega que para ser jornalista é preciso entender a realidade e a cultura do país.

1 comentários:

Aline Kátia Melo disse...

você está na foto do Zibordi que coloquei no meu blog
Coloquei sua página na minha lista de blogs de conhecidos

bjs

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